domingo, 17 de junho de 2012

satyaprem: a raiz do medo

satyaprem: a raiz do medo: Akhil – Satya, sobre o "medo". O que fazer para transcendê-lo ou superá-lo? Enquanto você se pensa "uma pessoa" o medo está presen...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Inveja




O termo inveja tem origem na palavra invidere que quer dizer "não ver". Assim, quando tomados por esta emoção em constante desalinho, deixamos de ver, de enxergar com clareza.
Surge em nós o absurdo desejo de possuir tudo o que não nos pertence, o que aparentemente nos falta. Ficamos a deriva, num mar de necessidades idealizadas e próximas a terra da insatisfação eterna.
O reconhecimento de tal emoção nos aproximaria da oportunidade de voltar a ver? Quem o sabe, quem realmente pode afirmar o que evita admitir?

inveja pode nos condenar a não distinguir coisas desejáveis do que se convém evitar.
Abra os olhos, veja!






Por Vandreza Oliveira

Referência bibliográfica:
Loffredo, Ana Maria. Inveja/ana maria loffredo – São Paulo: Duetto Editorail, 20120. – (coleção emoções;9)

domingo, 10 de junho de 2012


- “A luta difícil
        
              Um mestre zen, ao saber que um de seus discípulos não comia nada havia três dias, perguntou-lhe as razões desse jejum.

 – Estou tentando lutar contra o meu eu – disse o discípulo.
              – É difícil – disse o mestre balançado a cabeça. – E deve ser ainda mais difícil com um estômago vazio.”

Quem sou eu? A alegria é minha?

Foi solicitado que se falasse sobre as emoções, em especial a alegria. Gostaria de abordar o tema sobre um ponto de vista diferente do comum e discutido por poucos. Na realidade,  quero apresentar o seguinte questionamento: o Eu existe? Há alguma prova concreta de que exista o Eu? Em oposição, as emoções existem sim, mas pode-se dizer que trata-se "da minha alegria" ou "sua tristeza" ou elas apenas ocorrem sem um centro que identifiquem sua posse? Quem seria esse Eu que se diz dono das emoções?

Minha tese é: o pensamento, conforme muitas pesquisas comprovam, existe, enquanto impulso nervoso, provocado por reações eletroquímicas de campos neurais (grupo ou rede de neurônios), porém, seu resultado ou produto, pode ou não existir. Por exemplo, pensamentos podem produzir uma imagem de um dinossauro ou um monstro embaixo de sua cama, mas isso, de nenhuma forma prova que dinossauros ou monstros embaixo de sua cama existam. Ou seja, um teste cerebral pode facilmente provar que sim, ocorreu um ou vários pensamentos no cérebro do indivíduo, que teve essas imagens, todavia, as imagens em si estão muito longe de serem realidade e, sim, muito mais próximas do sonho ou ilusão, mesmo que o indivíduo esteja acordado. Da mesma forma, não fui eu que fiquei alegre ou tive raiva dessa ou daquela pessoa. Isso é um grande mal entendido provocado por nossa educação, que desde o primeiro ano de vida nos atribui um nome e nos conta que Eu seria separado de você e eu sou alguém, aqui, enquanto escrevo, separado de você leitor, aí, e todos os outros leitores possíveis, essa é uma ilusão bem elaborada pela mente (aqui significando o conjunto de pensamentos e o eu).

Da mesma forma, quem afirma a frase celebre "penso, logo existo" é um pensamento, portanto, o EU, oculto dessa frase, é o resultado de seu pensamento e não o pensamento em si! A alegria acontece no corpo-mente e o pensamento que atesta essa "é minha alegria" é um segundo pensamento, posterior a ocorrência da alegria, mesmo que meio milésimo de segundo depois  (essa rapidez é, inclusive, um dos motivos da confusão ou, segundo alguns, a brincadeira divina) Na realidade o Eu é algo ensinado à criança que vai sendo educada e aprende uma linguagem inerente ao discurso do "eu isso" ou "eu aquilo", mas o Eu não aparece sozinho na mente. O eu é como o monstro embaixo da cama. Tanto é, que não existe uma única pesquisa científica sequer que prove a existência do Eu. "No mundo da neurociência não há um eu que possa ser determinado em algum lugar do mapa cerebral. E, por essa razão, o eu não existe. Ele não pertence às partes constitutivas básicas do cérebro.", conforme concorda Precht em seu livro "Quem sou eu?".

Pode-se detectar, no cérebro, por meio de testes de neuro imagem, a área das emoções, da fala, do olfato ou até mesmo da razão, mas nunca, em tempo algum, uma área do eu foi descoberta. "Já no século XIX, o famoso anatomista Rudolf Virchow se divertiu ao esconjurar o eu dos filósofos, ao dizer: “Seccionei milhares de cadáveres, mas nunca encontrei uma mente.”" (idem Precht 2009).

Embora a impressão que as pessoas tenham, seja "eu é que pensei sobre aquela casa" ou fui "eu quem tive aquela alegria", na realidade, quem pensa não é o tal Eu. Na verdade, quem executa a tarefa do pensamento é o cérebro. Diz o filósofo indiano J. Krishnamurti "O pensamento cria o pensador, não o contrário. O pensador não cria o pensamento, pois, senão há pensamento, não há pensador. (...) Senão houver pensamento, não pode haver pensador".

Existe na Índia a corrente filosófica religiosa chamada Advaita que significa "não dois" ou "não há separação" (tradução mais aceita do indiano) que afirma que não existe separação entre eu e você, eu e os outros, a não ser na ilusão dos pensamentos. Assim, sujeito e objeto, aqui e ali, são conceitos gerados pela mente, em especial, pela elaboração da linguagem que produz os conceitos e dá nome as coisas e pessoas. Incluindo os conceitos de tempo e espaço são objetos da mente e não tem lugar no mundo real. Para o Advaita, as emoções e os sentidos do corpo são reações naturais e exclusivamente produzidas pelo corpo-mente como reações a estímulos externos ou internos, mas o centro individualizado do eu nada tem a ver com isso. Essa manifestação tem o mesmo valor que o desabrochar de uma flor ou a explosão da bomba atômica. O Advaita fala que a dualidade (noite/dia, dor/prazer etc.) são as manifestações, mas só acontecem na unidade infinita, que permite e abrange todos os acontecimentos, visíveis ou não. Enquanto o eu estiver na jogada, ele olha apenas para o dois ou dualidade e tenta se apossar de todas as experiências, manter o prazer e afastar o sofrimento.

O convite aqui é para se perceber essa unidade além da dualidade, mas que engloba tudo, inclusive você pensando que o eu existe e a vida pode ser melhorada através do esforço. Veja bem, isso não é uma proposta hedonista ou que pregue a fuga dessa ou daquela situação ruim. A ideia é, veja que não tem você, nem eu, nem ninguém, a não ser na ilusão. Lembra do monstro embaixo da cama...ele não existe

Alegria e tristeza, medo e segurança, raiva e tranquilidade ganham outra dimensão. O antigo detentor dos benefícios da alegria ou desvantagens do medo como "eu estou me sentindo culpado" deixa de existir, porque o sujeito que detinha a emoção já não existe, na realidade, nunca existiu! Muitos chamam isso da tão buscada, por algumas pessoas, iluminação, gosto de chamar de “Liberação" como propõe Tony Parsons ou "Vida sem um centro" de Jeff Foster. E caso alguém pergunte - E o que eu ganho com isso? Devo responder - aqui a proposta é a morte do eu ou a percepção de que você não existe, a não ser em pensamento, no sonho, ilusão. Portanto, desculpe dizer assim, mas você não ganha nada, na realidade, você perde o maior dos seus investimentos até hoje, o Eu. Esse some, você, desaparece. Experimente, ou melhor, deixe essa percepção da realidade tomar conta. Portanto, veja o paradoxo e fique com a pergunta - Você realmente existe? Quem é você?, conforme convida Satyaprem em seus encontros e livro. Proponho que o infinito é imperativo e nele as manifestações de todas as emoções possíveis, como alegria e medo, afloram da maneira mais intensa e bonita e o eu é totalmente irrelevante e desnecessário. Mas a isso, posso apostar, você reagirá dizendo - eu não acredito nisso!

GUILHERME ARANHA COELHO

Bibliografia

CARRIÈRE, Jean-Claude. O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. S. Paulo. Códex, 2004.

KUPERMANN, Daniel / Souza, Ramon. Mente e cérebro. Emoções. Alegria. S. Paulo. Ed. Duetto, 2010.

PRECHT, Richard David. Quem sou eu? E, se sou, quantos sou? Uma aventura na filosofia. S. Paulo. Ed. Ediouro, 2009

KRISHNAMURTI, Jiddu. O que você está fazendo com a sua vida? Passagens selecionadas sobre as grandes questões que nos afligem. Rio de Janeiro. Ed. Nova Era, 2010.

PARSONS, Tony. O Segredo Aberto. Mogi das Cruzes. Iluminata, 2010.

SATYAPREM. Você é o Buda. Satsang com Satyaprem. Porto Alegre. Ed. do autor, 2011.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Vergonha
Sentimento que estabelece e apoia a compreensão para a moralidade humana.

Percorrendo a vergonha para diferenciar de outros sentimentos morais, como a culpa, podemos mostrar que esta relação apresenta papel importantíssimo para a construção da personalidade humana. A vergonha geralmente é vista como um sentimento atrelado a culpa.
... a culpa pode ser vista como uma reação a uma ação, enquanto a vergonha como reação a um modelo existencial... Hultberg (1988)
Podemos identificar a vergonha como um sentimento secundário ou uma emoção secundaria, juntamente com a inveja, o ciúme, a empatia, o embaraço e a culpa, uma vez que tais sentimentos envolvem uma consciência de si. Por outro lado sentimentos como alegria, tristeza, raiva, surpresa, medo e desgosto como emoções primarias por não solicitarem aquela observação que fazemos do nosso interior, dos nossos conceitos, valores e sentimentos.
A vergonha é um sentimento básico que envolve a auto-reflexão baseada em valores pessoais e no de outras pessoas. Para sentir vergonha a pessoa compara se sua ação contraria ou não algum referencial próprio ou de outras pessoas que lhe sejam significativas e este fato requer uma tomada de consciência e avaliar a complexa de sua ação.
Avergonhado, desavergonhado e envergonhado são formas ou subgrupos referentes a perder a capacidade de se envergonhar, provocar a vergonha e se acanhar. Essas reflexões mostram que a vergonha pode ser compreendida como um sentimento intrapessoal e interpessoal, em função da consciência do olhar do outro sabre nós.
... o sentimento de vergonha tem origem no fato de eu me fazer objeto de olhar, de escutar, do pensamento dos outros... De La Taille
Podemos entender que a vergonha esta relacionada aos fracassos, as imperfeiçoes, as inadequações e as fraquezas do sujeito diante de regras, valores e sua cultura. Mas para que tenham um “sentimento moral” é necessário que essas regras e valores tenham relações com o conteúdo se sua natureza. Princípios morais de justiça, igualdade, virtudes como honestidade, generosidade e coragem ficam estabelecidas e integradas a sua personalidade e compõe sua identidade de perfeição para que a ação que não esteja de acordo com esses valores e ideias levem ao “sentimento moral” da vergonha.

... Hoje alguns de nos ainda tem vergonha de viver por trás da ausência de vergonha e em sua ética, vivem honrosos e timidamente esperançosos de um futuro promissor. Esses são os homens honestos. É com esses objetivos que uma analise se preocupa. Sua função é resgatar um brasão que mantenha a dignidade do sujeito. Tarefa difícil, mas não impossível. Ainda há homens honestos. Se no principio foi a vergonha, no final está a ética... Tatiana Carvalho Assadi

Corar a pele do rosto deixa a face mais bela...

Referências
ASSADI, T. C., Vergonha - Coleão Emoções, São Paulo, Duetto Editorial, 2010.


Vivianne Freitas
Vergonha

Desde o início da humanidade o sentimento vergonha é um dos mais polêmicos e desonrados que o ser humano pode carregar, tem várias classificações e pode ser identificada em vários motivos ou situações, só uma coisa e certa, ninguém se sente feliz e satisfeito quando esta com ela a temida “Vergonha”, sempre julgada e ás vezes (só ás vezes) mal interpretada.Temos muito a dizer sobre isso, então comecemos pelo real significado ou pelo menos aquele que foi imposto á nós: Vergonha é uma condição psicológica consistindo de idéias, estados emocionais, estados fisiológicos e um conjunto de comportamentos, induzidos pelo conhecimento ou consciência de desonra, desgraça ou condenação. (Wikipédia).
Esta condição psicológica, pode estar presente em várias situações e isto também envolve lugares e culturas, á junção disso tudo sempre acaba levando a pessoa á se sentir isolada da situação em que se encontra ou até mesmo do grupo que participa. Algumas polêmicas também envolvem o assunto, exite a forma “boa” da vergonha, por exemplo quando uma criança se sente envergonhada por estar em um ambiente diferente, situação normal e que quase sempre é despercebida quanto pensamos no assunto.
Estar envergonhado parece um ato de condenação visto pelo olhos de outras pessoas, e esta condenação pode ser por motivos aparentes como atos distorcidos ou agressivos, ou menos aparentes como um olhar indiscreto ou um pensamento mais perverso, ambas as formas deixam reações aparentes de vergonha no indivíduo, isso porque a ela tem uma característica universal, os envergonhados demonstram um certo desconforto no ambiente e isso é perceptível.
Muito se fala sobre ela, autores, pintores, músicos, todos unidos formam belas histórias que passam através dos anos, bleas e curiosas situações que preenchem o nosso cotidiano e entram para a nossa vida, nos fazem relembrar e se identificar, outros ainda arriscam duvidar e questionar, porque passamos por isso?Porque tanta vergonha? Todas estas respostas estão dentro de nós mesmos, todos sempre prontos para vivenciar.




Referências
ASSADI, T. C., Vergonha - Coleão Emoções, São Paulo, Duetto Editorial, 2010.



Renata Alves.

Vergonha

     A vergonha é um sentimento presente na vida de qualquer ser, e surgiu praticamente com a humanidade. Para nós humanos, a vergonha impõe uma posição á imagem do outro no social. Por exemplo, uma pessoa muito envergonhada está sempre preocupada com o que os outros irão pensar, temendo como isso irá interferir na sua imagem.
     Existem várias situações que geram vergonha, como exemplo, um determinado momento onde não estamos mais satisfeitos com o nosso corpo; um momento onde tememos os olhares de pessoas que podem vir a julgar; um evento onde não conhecemos ninguém; e assim por diante. A vergonha nos impede de fazer certas coisas em público, ou seja, ela server como remediadora para certos atos nossos, assim como também influência na determinação de algumas pessoas, fazendo com que pensem que estão sendo excluídas.
     A vergonha como dito no início, sempre estará presente em na nossa vida, mas cabe a nós usá-la de forma positiva, onde não nos prejudique.

                                           Urso com "vergonha"


Referências bibliográfica:
ASSADI, T. C., Vergonha - Coleção Emoções, São Paulo, Duetto Editorial, 2010.

                                                                                                                   Melissa Martins

domingo, 3 de junho de 2012

Inveja


Nem sempre falar sobre a inveja nos trás lembranças ou pensamentos ruins. Ela nos remete aquilo que poderíamos ter e que não temos. Segundo o dicionário uma de suas definições é o desejo de possuir ou gozar algum bem que outrem possui ou desfruta.
Inveja é um sentimento inerente aos seres humanos que por sua vez é aprendido por condicionamento. Pode-se dizer que é algo que a cultura de cada um a desenvolve. E o contexto histórico é que vai decidir se você irá impor este sentimento ou não. Quando dizemos que o carro do vizinho é melhor do que o nosso as pessoas em volta começam a ter a mesma visão, ou seja, o dele é o melhor, eu quero igual ao dele.
É considerado por muitos um sentimento ruim por fazer se sentir inferior a alguém ou algo, fazendo com que a pessoa se sinta desigual. E ao se comparar, cabe a ele saber lidar ou não com isso, através do autoconhecimento.
Ao mesmo tempo em que é considerado como algo ruim, ou inferior, pode colocar também como um trampolim. Trampolim porque você começa a almejar algo que não tem e fazendo com que isso te impulsione a ir atrás de seus sonhos, de seus objetivos. Ter pensamento de que se o meu vizinho pode eu também posso.




Referência bibliográfica:
Loffredo, Ana Maria. Inveja/ana maria loffredo – São Paulo: Duetto Editorail, 20120. – (coleção emoções;9)
 

Beatriz Bispo





INVEJA


A inveja é uma emoção, geradora de um sentimento que resulta no descontrole do indivíduo em diversos aspectos e diversas áreas em sua vida.
O invejoso cria uma visão egoísta de algo ou de algum fato, e é incapaz de reconhecer e aceitar o sucesso de outras pessoas. Esta pessoa geralmente não age com maturidade, tem dificuldades de compreensão, apresenta traços egocêntricos que alimentam a incapacidade de reflexão e evolução pessoal.
A inveja é facilmente confundida em algumas ocasiões com outro sentimento, chamado “Ciumes”, isso devido a visão de senso comum, e apesar desses dois sentimentos terem algumas semelhanças, se diferem em pontos importantes que deixam claro suas particularidades e configurações.

O Ciumes se manifesta mediante aquilo que já possuímos, por sua vez a Inveja é um anseio negativo de adquirir aquilo que não nos pertence ou querer alcançar algo pertinente a outro indivíduo.


Referência bibliográfica:
Loffredo, Ana Maria. Inveja/ana maria loffredo – São Paulo: Duetto Editorail, 20120. – (coleção emoções;9)


LUCAS ÉBANO

                                                                                                                                 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vergonha

VERGONHA



Sinto vergonha; Logo, sei que sou finito.

A vergonha existe na Terra desde os tempos que Adão e Eva foram expulsos do Éden, ambos perdendo o seu direito de ser feliz por toda eternidade, tendo agora que conviver com seus estados emocionais e fisiológicos, regidos por uma consciência que lhes julga desonra, desgraça e condenação. Está fábula histórica mostra como o ataque a dignidade das pessoas causa uma sensação de vergonha. Ao ser expulso, insultado ou exposto publicamente, percebemos o quão vulneráveis somos e quão dependentes somos da dignidade. Um simples ato que consiga nos constranger, pode nos separar do restante da humanidade. Porém não é o ato em si que nos envergonha e sim as concepções da sociedade do que é certo ou errado que desonra os seres humanos.
Um leão com "vergonha"
A vergonha se apresenta como uma das emoções mais intensas. As pessoas que se envergonham facilmente podem sentir-se totalmente desprezíveis e inúteis. Por conta disso muitas vezes é utilizada para regular certos comportamentos quando em sociedade, assim como é feito com o sentimento de culpa. Um exemplo comum é quando um criminoso é capturado. Em alguns países, o foco se dá no ato da captura, viabilizando a força do sentimento de culpa imposto pela sociedade, enquanto em outras culturas o que reforça é a vergonha, valorizando o sentimento do indivíduo e afetando-o no seu íntimo.
A força de controle que o sentimento de vergonha impõe, atuante pela reprovação associada, é muito eficiente para pautar o comportamento das massas, garantindo a conduta do grupo. Presente desde os tempos bíblicos, o domínio pela vergonha nos faz sentir incapazes de realizar o que desejamos na frente de outros, lembrando nosso inconsciente de que sempre irá existir algo maior que o coletivo, nos julgando infinitamente.

   
Referências
ASSADI, T. C., Vergonha - Coleão Emoções, São Paulo, Duetto Editorial, 2010.


Igor Deorce

Vergonha









VERGONHA

                               Vergonha, O que significa vergonha para você?
Cada pessoa tem um tipo de vergonha, vergonha de comer na frente de outras pessoas, vergonha de falar em público, até vergonha de ter vergonha. A vergonha é  comum nos seres humanos,  todos temos vergonha nem que seja de uma pequena coisa.
                                 No livro Emoções, escrito por Tatiana Carvalho Assadi, a autora apresenta o exemplo de Adão e Eva: após comerem a fruta que tinha sido proibida por Deus no paraíso, perceberam sua nudez e tiveram vergonha dos órgãos sexuais.   Este exemplo nos demonstra que a vergonha é uma emoção, um sentimento que já estava presente entre nós desde a aurora da humanidade.
   Será que a vergonha nos faz bem? Creio que sim, no livro Emoções, a autora afirma que a vergonha é fundamental para a espécie humana, ilustrando essa informação com exemplos de ditados populares  e provérbios : “Vergonha só se perde uma vez”; “quem a perde não tem mais nada a perder “; “ perdida a vergonha , não adiantam castigos”.
                                 O sentimento da vergonha desempenha um papel fundamental  na vida de cada um de nós, por que é uma emoção que nos marca muito. Ao cometemos um erro e passarmos por uma humilhação  não vamos querer passar pela mesma situação novamente.
               O que vemos da vergonha é que no século XXI parece ter havido um declínio.  Antigamente as pessoas tinham medo da vergonha, hoje  grande parte das pessoas demonstram não se importarem com a própria imagem e vemos que isso só vai se aprofundando. Os exemplos são múltiplos:  como políticos que roubam sem nenhuma preocupação, mulheres e homens se prostituindo, pessoas roubando e matando, e não sentem nem um pouco de vergonha. E nós? O que entendemos por vergonha hoje? Será que  esse sentimento é sentido da mesma maneira hoje, e há cinquenta anos? Hoje  a mulher que tem um relacionamento sexual antes do casamento não é, necessariamente, recriminada por isso.
      Para que possamos entender o sentimento da vergonha precisamos observar o que a sociedade nos impõe, os valores atuais, a cultura e como reagimos diante de tudo isso.
                



Tatiane Jesus


Referências
ASSADI, T. C., Vergonha - Coleão Emoções, São Paulo, Duetto Editorial, 2010.