domingo, 20 de maio de 2012

TRISTEZA

Grupo: Ana Glaucia
Danielle Vieira
Edmundo
Paula Carolina
Sonia
 
  


TRISTEZA – uma emoção diferente

É comum que as pessoas utilizem expressões como: “... fui levado pela emoção...”ou “...no calor da emoção e fiz...”, ou ainda muitas outras que nos levam a pressupor que as emoções nos impulsionam, nos impelem ao movimento, à ação. E é assim mesmo, são as emoções que nos estimulam a agir. Buscamos proteção, quando sentimos medo, agredimos, quando sentimos raiva, sorrimos e somos benevolentes quando estamos alegres. Esses são exemplos de como a emoção presente no momento molda o nosso comportamento e conduz a nossa ação e o nosso movimento.

É certo que a tristeza é também uma emoção e, como tal, quando está presente no sentimento de uma pessoa, também molda o seu comportamento, mas, de um forma diferente do modo como as outras emoções o fazem. A tristeza é uma emoção diferente, ou melhor, é uma emoção que provoca nas pessoas um efeito diferente das outras emoções. Ela suprime o movimento, enquanto as outras o impulsionam, ela instala-se sorrateiramente na alma do indivíduo e passa a existir, antes mesmo que ele se perceba triste, enquanto que as outras emoções precisam primeiro ser percebidas pelo sujeito para existirem de fato. Também ela se origina da “não existência” de algo, ou seja, de uma perda ou da ausência de algo que é importante para a pessoa, mesmo que não tenha consciência dessa importância.

No livro Tristeza, de Eduardo A. F. Leite, um dos volumes da Coleção Emoções, o autor discute a distinção entre afeto e emoção. Afeto seria uma carga energética mental que incide diretamente na consciência e que “pode ou não evoluir para uma emoção e daí para uma ação específica ou inespecífica sobre o mundo ou os outros” (p. 17). Essa evolução, normalmente, depende de como esse afeto é processado ou racionalizado pela pessoa, mas no caso da tristeza, ele sempre evolui para uma emoção real, independente da auto percepção do sujeito. Fica subentendido, portanto, que a tristeza é uma emoção que realiza um afeto. Afeto, por sua vez, é algo que, segundo Freud, nunca pode ter seu acesso barrado à consciência, ao contrário das ideias, como a representação do próprio afeto, que costuma ser filtrada pelo superego. Dessa forma, a tristeza é uma emoção primária, negativa, porque se origina na ausência e não na presença de algo, e tem um efeito de inibição do impulso de ação. O autor descreve também um outro tipo de tristeza, que caracteriza a depressão que é uma psicopatologia que se caracteriza pela presença de um tipo de tristeza que não tem causa aparente, que não tem uma perda associada e, geralmente, apresenta uma intensidade e prolongamento maior. Neste caso, a tristeza não é saudável, pode e precisa ser tratada.

Por outro lado, a tristeza quando não associada à depressão, quer seja no estágio de afeto, quer tenha evoluído para uma emoção, é algo que, de fato, existe naturalmente no ser humano, que não pode ser dissociada da vida dos homens. Qualquer perda ou separação dói, se não doer, não foi perda. E dor, dói de qualquer forma, mesmo que a pessoa consiga sublimá-la, esta existe, e dói. Não se pode negar. Já o sofrimento decorrente dessa dor, num estado mais prolongado ou permanente, este pode ou não existir e só existirá se for cultivado. Assim, ficar triste como consequência da perda de um ente querido é natural e saudável, ao contrário de ter o estado de tristeza em modo constante. A pessoa que perde tem o direito de ficar triste, e é saudável para ela que possa expressar  essa tristeza e compartilhar o sentimento decorrente até “digerí-lo” adequadamente. Negar, esconder ou disfarçar, fazendo-se de feliz ou fingindo um entusiasmo inexistente não ajuda em nada, não é saudável.

Na sociedade em que vivemos, entretanto, onde elevar e estimular o consumo é mais importante que produzir, leva a uma distorção dessas ideias. No nosso meio, ser constantemente feliz, alegre, contente e entusiasmado passou a ser uma obrigação das pessoas e, com isso, não há espaço para se expressar emoções como a tristeza, nem compreensão desse sentimento quando presente no outro, embora todos estejam a ele sujeitos da mesma forma, em diferentes momentos. O subentendido da sociedade atual é que ficar triste é ir contra a o meio em que se vive, tendo como pano de fundo o pressuposto de que a felicidade como estado permanente e contínuo seja verdadeiramente viável.

BIBLIOGRAFIA
LEITE, E. A. F., Tristeza, São Paulo: Duetto Editorial, 2010 (Coleção Emoções)

ALUNA: Ana Gláucia Vasconcelos Ferreira


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DA TRISTEZA À DEPRESSÃO

Sempre que se experimenta uma perda ou separação de algo ou de alguém que tenha um significado importante, brota a tristeza como emoção decorrente. Às vezes a pessoa nem se dá conta do que está sentindo, mas o sentimento está lá. Tem uma causa que, se investigada por meio de uma autorreflexão, pode ser encontrada pelo sujeito. Neste caso, portanto, a pessoa tem um motivo para estar triste e pode processar essa perda ou separação de modo a superar essa situação e processar positivamente esse sentimento, em maior ou menor tempo, de uma forma ou de outra, de modo natural e saudável. A tristeza como emoção natural, inerente ao ser humano que tem sensibilidade, tem como pressuposto que alguma coisa motivou e desencadeou um sentimento que não é permanente.

Há casos, entretanto, em que o sentimento de tristeza surge como um estado contínuo em que o sujeito percebe a emoção, tem os sintomas decorrentes, como a diminuição de seus impulsos para agir ou reagir, fica paralisado e não consegue reverter este estado e nem encontrar qualquer motivo para que a tristeza se tenha instalado em sua alma. Não houve nenhuma perda, nenhuma separação, nenhum evento que possa ter ocasionado o estado de tristeza, mas ela está presente e permanece, sem explicação.

Isto pode ser o início de um nefasto processo de depressão que, segundo o autor do livro Tristeza, um dos volumes da Coleção Emoções, Eduardo A. F. Leite, é “uma doença distinta da tristeza, de caráter reativo ou de uma disposição temperamental”. É a tristeza sem uma perda que possa ser identificada como causa, que não leva a pessoa a poder enxergar melhor suas próprias questões nem encontrar suas consequências.

A depressão é uma patologia psíquica, que necessita de tratamento. Um dos sinais mais importantes de que o sujeito está deprimido é a anedonia, que se caracteriza pela diminuição ou perda da capacidade de experimentar o prazer, como estado constante, sem variações significativas.

Então o que fica subentendido é que existe uma tristeza “do bem” e outra “do mal”? Não é bem assim. O que existe é a emoção natural, comum, à qual o ser humano é exposto algumas vezes em sua vida, e a patológica, que não encontra saída porque não encontra causa. Para o diagnóstico psiquiátrico da depressão, há critérios para distinguir um tipo de tristeza do outro. Na depressão, um deles é a ausência de uma perda, outro é o tempo pelo qual se prolongam os sintomas, outro ainda, é a intensidade, e, juntos, fica subentendido que pode haver um mau funcionamento orgânico, um desarranjo neuroquímico, que pode ser tratado, de modo a minimizar ou eliminar os sintomas, melhorar a qualidade de vida da pessoa o que pressupõe uma transformação da sua vida e da vida das pessoas com quem convive.

Há outras formas de entendimento sobre a depressão, diferentes do modo como a psiquiatria trata. A psicanálise, por exemplo, concorda que a tristeza é a última sentinela e o último afeto do depressivo, mas entende que é consequência de uma forma de ser do sujeito, em que se coloca como vítima voluntária de uma sequência de desistências, em que o pressuposto é que este sujeito desistiu de qualquer relação desejante com o outro, seja o outro uma pessoa, um objeto ou um projeto de vida. Ele se torna uma pessoa que repete desistências em sua vida.

BIBLIOGRAFIA
LEITE, E. A. F., Tristeza, São Paulo: Duetto Editorial, 2010 (Coleção Emoções)


ALUNO: Edmundo T. C. Ferreira  

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Recado da Tristeza

A tristeza é um sentimento recorrente em nossas vidas, durante nosso dia-a-dia podemos nos deparar com situações que nos tragam a sensação de felicidade e algumas horas depois estarmos tristes por algum fato que ocorreu no trabalho, discussão com o parceiro ou familiar, muitos são os fatores que podem nos causar esta sensação, no entanto, esta emoção faz parte do nosso desenvolvimento e nos traz alguns benefícios. 
A tristeza nos leva a um estado de introspecção e percepção de nos mesmos, tal percepção provoca a reflexão sobre os pontos que nos causam frustrações; refletimos sobre os fatos que nos trouxeram este sentimento, a partir de então nos tornamos aptos a traçar soluções que iram contornar nossas dificuldades e possibilitaram deixar de ter esta sensação e retomar a busca por nossas realizações, a busca pela felicidade, o estar triste proporciona evolução em nossas vidas.
O contrário também pode ocorrer, ao invés da tristeza ser uma plataforma propulsora para os melhores momentos que virão, pode surgir a depressão, estado de tristeza profunda que inclusive impede a realização das atividades corriqueiras, neste estágio, a tristeza perde seu status de natural e passa a ser patológico sendo necessário tratamento e acompanhamento. Porém o que observamos frequentemente é uma confusão dos sintomas, a tristeza em frente a uma frustração pode não ser interpretada como algo inerente ao ser humano e necessário ao amadurecimento, mas como uma doença carente de medicação
No entanto, a história nos mostra que a tristeza também proporcionou algumas contribuições para a música e para arte, a nona sinfonia de Beethoven, por exemplo, foi composta em momentos de melancolia bem como muitas música de blues e samba. Na literatura, o poeta português Fernando Pessoa escreveu a maioria de seus textos quando se sentia ensimesmado.
O que é posto de forma implícita, é que ficar triste é ruim. Durante a adolescência, por exemplo, muitos de nós ouvimos da mãe: “Pare de ficar com esta cara amarrada, tem tanta gente com motivo para sofrer e você assim por nada”, esta afirmação é capaz de causar até mesmo remorso em que esta triste, buscar a felicidade e estar feliz o tempo todo é quase como uma obrigação, o fato é que todos nós somos dotados com a capacidade de sentir tristeza em algum momento, justamente porque a tristeza nos dá o alerta de que algo não está como deveria, algo deve ser mudado urgentemente, nos proporciona a introspecção e nos retira a possibilidade de agir através da compulsividade, desta forma ficamos aptos a analisar os fatos, identificar o que pode ser melhorado e excluir da rotina o que já não traz bons resultados.
BIBLIOGRAFIA
LEITE, E. A. F., Tristeza, São Paulo: Duetto Editorial, 2010 (Coleção Emoções)
BIBLIOGRAFIA ON LINE
Aluno: Daniele Vieira Machado
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